Hoje sou eu que falo: Marta.O desafio que nos propusemos (Prisma) foi o de encontrar algum objeto da nossa infância que nos marcou, e que perdure.
Eu quis ser metódica e começar por tentar me lembrar do primeiro de todos. E esta foi a memória que me assaltou logo: um poster, grande (uns 80x40cm) com um soldadinho de chumbo - em estilo minimalista e quase geométrico, enquadrado por apenas duas calhas pretas.
- Que poster é esse? - perguntou o João, já desconfiado por nunca o ter visto.
Pois... tive de dizer que já não o tenho.
- Então é batota!
Pois... é... Mas não é na minha cabeça, no desafio que eu assumi.
Então, eu explico, a ver se me perdoam.
Devia ter à volta de dois, três anos. Sei porque estava no quarto onde dormi sozinha nessa altura. Na cama onde ainda tenho a memória de beber do biberon e sentir a textura do leite coalhado a passar (!). E não devia ser fácil por-me a dormir ali sozinha (deve ter sido uma altura de "desmame"). Na parede, junto à cama, este imaterial poster - um fundo todo branco apenas com aquela figura de cara circular e um traje azul. Lembro-me, então, de alguém, ao deitar-me, falar deste soldadinho, e de como ele ali estava para me proteger. Assim, com a imagem difusa que tenho deste poster, tenho também esta sensação de segurança transmitida por este objeto decorativo.
Só que, pensando bem, não é transmitida pelo objeto, é transmitida pela história que o acompanhava, pela vida que lhe conferiram. A-ha! E é assim que eu "ganho"!
O poster, sem suporte ou moldura, deve ter-se perdido e danificado com o tempo (mas ainda não desisti de o encontrar). Esta história perdura, e é ela que trago comigo.
Eu quis ser metódica e começar por tentar me lembrar do primeiro de todos. E esta foi a memória que me assaltou logo: um poster, grande (uns 80x40cm) com um soldadinho de chumbo - em estilo minimalista e quase geométrico, enquadrado por apenas duas calhas pretas.
- Que poster é esse? - perguntou o João, já desconfiado por nunca o ter visto.
Pois... tive de dizer que já não o tenho.
- Então é batota!
Pois... é... Mas não é na minha cabeça, no desafio que eu assumi.
Então, eu explico, a ver se me perdoam.
Devia ter à volta de dois, três anos. Sei porque estava no quarto onde dormi sozinha nessa altura. Na cama onde ainda tenho a memória de beber do biberon e sentir a textura do leite coalhado a passar (!). E não devia ser fácil por-me a dormir ali sozinha (deve ter sido uma altura de "desmame"). Na parede, junto à cama, este imaterial poster - um fundo todo branco apenas com aquela figura de cara circular e um traje azul. Lembro-me, então, de alguém, ao deitar-me, falar deste soldadinho, e de como ele ali estava para me proteger. Assim, com a imagem difusa que tenho deste poster, tenho também esta sensação de segurança transmitida por este objeto decorativo.
Só que, pensando bem, não é transmitida pelo objeto, é transmitida pela história que o acompanhava, pela vida que lhe conferiram. A-ha! E é assim que eu "ganho"!
O poster, sem suporte ou moldura, deve ter-se perdido e danificado com o tempo (mas ainda não desisti de o encontrar). Esta história perdura, e é ela que trago comigo.
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