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Como a infância se conserva em nós?



As duas bases deste prisma, como sabem, são a Marta e o João. Quem somos? Somos um casal (ainda) sem filhos. Então porque nos dedicamos tanto a brinquedos e jogos?

O João tem as suas razões e a Marta outras - somos bases paralelas mas bastante diferentes. Mas muitas são as arestas que nos unem. Neste caso, de que falamos hoje neste post, tem a ver com a nossa infância e o modo como ela persiste e sempre se reaviva em nós.

Quando fazemos um jogo, um brinquedo ou uma decoração infantil vamos rebuscar ao nosso baú aquilo que nos habita ainda - seja por pequenas histórias que de que nos lembramos, algumas memórias ligadas a imagens e sensações, alguns desejos que tínhamos, etc.

Hoje trazemos do baú este carro. Hoje falo eu, João.

Pelos vários carros e outros veículos que temos criado, percebem rapidamente a ligação - é uma paixão que me acompanha desde sempre. Podia falar-vos de marcas, modelos, linhas de que gosto. Mas na verdade este carrinho não está aqui a representar isso. Está aqui, isolado, porque era só dele que precisava para brincar. Com ele percorri terra, canteiros, carpetes, moveis. Fiz rallys com alçapões, desertos, com perigos como abismos e piratas, e muitos tesouros escondidos em cada cantinho imaginário.

Já não está nas melhores condições (é assim com tudo o que tem vida), mas está aqui comigo, anos depois. Está aqui a relembrar-me todas essas aventuras.

É isto que nos move, são estas sensações que nos sugerem que produtos criar, que lhes transmite um pouco da nossa nostalgia - e que queremos que ganhe vida convosco e que vos acompanhe, perdure, cada vez com mais histórias.  E que cada um seja suficiente, em si, para inspirar a imaginação.








"A memória do brincar encontra-se apagada pela demasiada quantidade de estímulos apresentados continuamente, em um ritmo veloz e instantâneo." (Cairoli, 2010)






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