O Prisma Oficina saiu à rua e foi mostrar o seu trabalho na Maker Faire, na Escola Superior de Educação de Lisboa.
"A Maker Faire é um movimento global de Eventos de Show&Tell (Mostra e Conta) onde se juntam uma série de entusiastas do Saber, Ensinar e Gostar de Fazer – Os Makers."
Quando soubemos deste evento tivemos alguma reticência em nos inscrever, já que o associávamos muito à tecnologia, aos geeks vá... mas ao procurarmos perceber mais sobre este movimento, percebemos que o conceito é muito abrangente ("Makers, Professores, Designers, Fazedores, Geeks, Hackers, Tinkerers, Empreendedores, Entusiastas, Bricoleurs"). Já que o que domina o Prisma Oficina é exatamente este amor pelo fazer - com todo o cuidado, a dedicação, a reflexão, a criatividade que envolve - e já que teria uma vertente educativa (não fosse a anfitriã a Escola de Educação), lá fomos nós. Acrescentamos, por isso, um outro termo para nos caracterizarmos: crafters ;P.
Falta dizer que, nesta iniciativa, estávamos muito expectantes em relação ao confronto entre a tecnologia e a nossa "manualidade". Mas é neste confronto que vive o nosso projeto: na inevitabilidade do domínio do tecnológico, queremos contrariar a produção em massa, do plástico que se compra para usar pouco e deitar fora, do produto impessoal, descaracterizado, sem história e sem memória. E queremos que as crianças não se esqueçam de sentir o material nas mãos, de terem de construir, de inventar. Que sejam as crianças os makers.
Esse contraste, de facto, sentiu-se. Mas se, por um lado, nos sentimos um tanto ao quanto desenquadrados, as visitas que recebemos legitimaram o nosso lugar. Isto porque desde as primeiras horas às últimas, o nosso (do prisma e dos seus visitantes) cantinho esteve sempre plenamente habitado. Os adultos mostravam a sua curiosidade e reviviam memórias de infância com os produtos que as tentam recuperar. As crianças rapidamente se apropriaram do espaço, como se fosse o seu quarto, retirando da banca o que queriam e levando os brinquedos que queriam para o tapete. Foi aí que vimos a magia do "fazer" a acontecer. Não um fazer palpável, materializado por impressoras 3D, mas um sem número de construções de universos, feitos e desfeitos incontáveis vezes, sob o olhar paciente dos pais.
Esta foi a grande mais valia da feira. Percebemos que os brinquedos/jogos são "rijos", que a faixa etária de cada um é ainda mais alargada do que projetávamos e que as crianças, mesmo as mais impacientes e habituada à tecnologia não perderam o gosto deste tipo de objetos - que usam das mais variadas maneiras, misturando-os e recriando-os. E que sempre voltam a eles - testando a paciência dos pais, que retornaram à nossa banca inúmeras vezes e que também brincaram com eles.
Por fim, foi incrível conhecer outros projetos, outros makers e outros professores que se interessaram por criar laços para futuros projetos.
Por isso, aos nossos visitantes, um enternecido obrigado.
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